O presidente rotativo da Huawei, Ken Hu, expressa confiança nos negócios e comenta os desafios

Na terça-feira, 18 de dezembro de 2018, o presidente rotativo da Huawei, Ken Hu, organizou uma entrevista coletiva à imprensa com os principais representantes da mídia global no novo campus da empresa em Dongguan. Os jornalistas visitaram os laboratórios de pesquisa e desenvolvimento que expõem materiais e tecnologias de gerenciamento térmico desenvolvidos para equipamentos 5G, além de um laboratório independente de segurança cibernética.

Hu transmitiu fortes mensagens de confiança no crescimento dos negócios e clientes potenciais da Huawei, citando a confiança de centenas de operadoras de rede, quase metade das 500 maiores empresas do mundo pela Fortune e centenas de milhões de consumidores. Segundo ele, a expectativa é de que a receita de 2018 da Huawei ultrapasse os US$ 100 bilhões.

Ele também comentou diretamente as recentes alegações contra a Huawei, afirmando que é melhor deixar os fatos falarem por si mesmos, enfatizando repetidamente que o histórico de segurança da empresa estava limpo. Hu observou que não houve incidentes sérios de segurança cibernética em 30 anos.

Aqui estão alguns destaques da entrevista:

  • Sobre 5G– A Huawei firmou 25 contratos comerciais, ocupando o primeiro lugar entre todos os fornecedores de equipamentos de ICT, já tendo enviado mais de 10.000 estações base para mercados em todo o mundo. Quase todos os clientes de rede indicaram que desejam a Huawei, que atualmente é líder de mercado com os melhores equipamentos e permanecerá assim pelo menos nos próximos 12 a 18 meses, para modernizações mais rápidas e econômicas na 5G. Algumas preocupações de segurança baseadas na tecnologia 5G foram bastante legítimas, observou Hu, mas podem ser esclarecidas ou atenuadas por meio da colaboração com operadores e governos.

Surgiram alguns “casos raros” segundo os quais alguns países estão usando assuntos relacionados à 5G como desculpa para uma especulação infundada que se baseia em “considerações ideológicas ou geopolíticas”. As preocupações com a segurança falsamente levantadas como desculpas para bloquear a concorrência no mercado retardariam a adoção de novas tecnologias, aumentariam os custos de implantação de redes e aumentariam os preços para os consumidores. Se a Huawei tiver permissão para competir nos EUA pela implantação da 5G entre 2017 e 2020, cerca de US$ 20 bilhões em gastos de capital com infraestrutura sem fio serão economizados, segundo alguns economistas.

  • Segurança cibernética –A segurança é a maior prioridade da Huawei e supera todos os outros temas. Hu mostrou-se aberto a uma pergunta sobre a construção de centros de avaliação da segurança cibernética em locais como os EUA e a Austrália, apontando para centros semelhantes no Reino Unido, no Canadá e na Alemanha, que foram projetados para identificar, abordar e atenuar preocupações diretamente. A Huawei submeteu-se às mais rigorosas análises e inspeções por reguladores e clientes, alegando ao mesmo tempo estar ciente das preocupações legítimas que algumas partes interessadas possam ter.

No entanto, nenhuma evidência indica que os equipamentos da Huawei representam uma ameaça à segurança. Com relação às preocupações frequentemente citadas sobre a lei chinesa, o Ministério das Relações Exteriores da China esclareceu formalmente que nenhuma lei exige que as empresas instalem backdoors obrigatórios. A Huawei continua aberta a diálogos e a preocupações quanto à sua franqueza, transparência e independência. Qualquer prova ou evidência poderia ser compartilhada com as operadoras de telecomunicações, se não com a Huawei ou o público em geral.

  • Conformidade –Alguns jornalistas perguntaram sobre a CFO da Huawei, Meng Wanzhou. Hu disse que não poderia fazer comentários devido a processos legais em andamento, mas expressou que as operações comerciais não foram afetadas por esse evento. Os planos de viagens executivas não foram afetados, e a Huawei continua muito confiante em relação ao seu sistema de conformidade comercial, em vigor desde 2007. A empresa confia na justiça e na independência dos sistemas judiciais do Canadá e dos EUA.

Hu descreveu as recentes conquistas da empresa como empolgantes e relembrou sua história de quase 30 anos com a Huawei, ao longo dos quais seu pessoal, cultura e gestão se expandiram. "Esta é uma jornada de transformação que nos ajudou a crescer de um fornecedor desconhecido para a líder em 5G". Ele também reconheceu que a Huawei ainda enfrenta desafios, agradecendo à mídia pelo interesse em dialogar e apelando aos funcionários, clientes e outros envolvidos.

"Gostaria de compartilhar um ditado de Romain Rolland", disse Hu em seu discurso de encerramento, ecoando as palavras do célebre escritor francês que recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1915.

"Há apenas um heroísmo no mundo: ver o mundo como é e amá-lo". Na Huawei, vemos o que encontramos e ainda amamos o trabalho que estamos fazendo. Da mesma forma, em chinês, temos um ditado: 道阻且长,行且将至. Isso significa que a estrada pela frente é longa e árdua, mas continuaremos nos movendo e chegaremos ao destino, pois já embarcamos nessa jornada".

Transcrição completa

Discurso de abertura

Ken Hu: Boa tarde a todos! Bem-vindos ao nosso novo campus. Este é o nosso maior campus do mundo. Construímos nosso novo centro de produção aqui. Aqui também construímos nossos centros de treinamento e pesquisa e desenvolvimento. E transferimos muitos dos nossos funcionários de Shenzhen para cá em Dongguan. Fiquei sabendo que nossos funcionários estão muito empolgados com o novo campus.

Acredito que, pela manhã, vocês fizeram um bom passeio pelo nosso laboratório de tecnologia e aqui mesmo no laboratório de segurança. A próxima vez que vocês nos visitarem aqui, teremos o maior prazer em levá-los em um pequeno passeio de trem pelo nosso lindo campus. Este é um campus à beira do lago, o que é muito bom. Sei que a época do final do ano é sempre muito movimentada para todos vocês, então muito obrigado pelo tempo dedicado para esse nosso encontro hoje.

Este ano tem sido bastante agitado, não é mesmo? Então acredito que vocês tenham muitas perguntas para a nossa conversa de hoje. Antes de começarmos, gostaria de aproveitar a oportunidade para lhes comunicar uma atualização muito rápida sobre o progresso dos nossos negócios este ano e, em seguida, passaremos para a sessão de perguntas e respostas.

Este ano, os negócios têm sido muito bom para nós. Temos certeza de que, até o final do ano, ultrapassaremos os US$ 100 bilhões em receita total.

Este é um grande marco na nossa história. É a primeira vez que a nossa receita de vendas supera US$ 100 bilhões. Para diferentes grupos de negócios, tivemos um crescimento muito satisfatório também.

Por exemplo, em nossos negócios de operadoras, que representa a maior parte do nosso portfólio total, firmamos mais de 25 contratos comerciais para 5G. Agora, estamos em primeiro lugar um em termos de contratos comerciais de 5G. Este é o resultado da nossa inovação tecnológica de ponta em toda a indústria. E começamos a distribuir equipamentos 5G para todo o mundo. Na verdade, já enviamos mais de 10.000 estações base para diferentes mercados ao redor do mundo.

Os nossos negócios corporativos também tiveram um progresso muito bom. Firmamos mais e mais contratos com empresas líderes globais. Este ano, mais de 200 empresas da Fortune 500 escolheram a Huawei como fornecedora de sua transformação digital. Este é um grande avanço também.

E nossos negócios no setor de consumo. Todos sabemos que nossas vendas de smartphones são muito boas. Este ano, tivemos um grande aumento em nossas receitas de vendas e remessas com o lançamento dos nossos bem-sucedido dos nossos principais smartphones, o P20 e o Mate 20. Esses novos smartphones trazem algumas funcionalidades incríveis para o mercado, incluindo câmeras de alta qualidade e, em particular, inteligência artificial.

Então, em todos os três grupos de negócios tivemos um crescimento muito satisfatório este ano. Particularmente em outubro, pela primeira vez, anunciamos nossa solução completa de inteligência artificial para todos os cenários.

Temos trabalhado com inteligência artificial há cerca de dez anos, e este ano anunciamos nossa solução completa para todos os cenários. Acreditamos que, com ela, poderemos fazer com que a inteligência artificial se torne uma verdadeira tecnologia de uso geral.

Estamos tentando torná-la mais acessível e financeiramente viável para toda a sociedade. E, nos próximos anos, esperamos lançar chipsets e soluções de hardware e software mais empolgantes para inteligência artificial, para ajudar nossos clientes a maximizar os benefícios dessa tecnologia emergente.

Então este é o crescimento empolgante que atingimos esse ano. É claro que, ao mesmo tempo, estamos enfrentando alguns desafios. Todos vocês estão cientes das alegações que foram feitas contra a Huawei este ano. Apesar dos esforços em alguns mercados para criar medo sobre a Huawei e usar a política para interferir no crescimento da indústria, temos orgulho em dizer que nossos clientes continuam confiando em nós e reconhecem nossa contribuição para o setor.

Eles continuam a trabalhar conosco, inovar conosco e construir suas redes com nossa tecnologia inovadora. Somos muito gratos pelo apoio de todos eles.

Quando se trata de questões de segurança, como um setor, acreditamos que precisamos conversar mais sobre a tecnologia e como melhorar. Quando se trata de alegações de segurança, é melhor deixar os fatos falarem por si mesmos. E o fato é: o histórico da Huawei em segurança é limpo. Acreditamos que a segurança cibernética seja um problema global. É um problema de todos os setores e precisamos abordar isso juntos.

Seguindo em frente, continuaremos investindo em inovação tecnológica, em banda larga, nuvem, inteligência artificial e dispositivos inteligentes. E acreditamos que esse investimento contínuo em inovação tecnológica nos ajudará a garantir um crescimento sólido no setor de telecomunicações no próximo ano, com a implementação mais rápida da tecnologia 5G. Isso nos ajudará a estar em uma posição mais forte no mercado corporativo, com a transformação digital em diferentes setores verticais. E, particularmente, nos ajudará a trazer dispositivos mais interessantes e inovadores para os consumidores. Vamos lançar o nosso primeiro smartphone 5G e esperamos muito dele.

Este é apenas um breve resumo sobre o crescimento dos nossos negócios e o progresso da empresa. Estou muito feliz em falar mais sobre isso hoje com todos vocês, então temos tempo suficiente para fazer a sessão de perguntas e respostas.

Agora, gostaria de abrir a palavra para perguntas.

P&R

Joseph Waring, Mobile World Live: Dadas as alegações e o medo que está sendo impelido por muitos governos, que ações específicas a Huawei planeja adotar a curto ou médio prazo para aliviar parte dessa pressão? Sei que vocês têm o centro de segurança cibernética no Reino Unido trabalhando com as operadoras de lá e uma série de outras instalações semelhantes. Você pode falar sobre isso?

Ken Hu: Percebemos que a indústria em que estamos passa por períodos de transição tecnológica mais rápidos. As tecnologias estão se tornando cada vez mais complicadas. As redes estão se tornando mais abertas. Como resultado disso, nós definitivamente notamos o crescente interesse e cuidado das operadoras de rede e reguladores e também do público em geral sobre o setor. Achamos isso normal.

Quando olhamos para nós mesmos, como mencionei há pouco, os negócios da Huawei vêm crescendo muito rapidamente. Nossa receita será superior a US$ 100 bilhões muito em breve. Estamos fazendo negócios em 170 países do mundo. Cerca de metade das empresas da Fortune 500 está usando produtos da Huawei. A maioria das principais operadoras de telecomunicações utiliza equipamentos da Huawei. Nossos smartphones estão sendo usados por centenas de milhões de consumidores em todo o mundo.

Dada a nossa escala, nosso tamanho e nossa presença, definitivamente precisamos levar isso muito a sério quando olhamos para as preocupações ou os interesses expressos pelos governos, pela sociedade e pelo público em geral.

Nesse contexto, estamos plenamente conscientes de que ter diálogos e conversas pró-ativos, transparentes e construtivos com governos, comunidades locais e os nossos clientes é simplesmente algo que devemos fazer.

Isso é exatamente o que temos feito. Posso apresentar brevemente nossas ações e nossos planos nessa área. Por exemplo, considere a segurança. Muitas pessoas expressaram preocupações ou interesses nessa área. Para a Huawei, consideramos a segurança nossa maior prioridade e nossa diretriz geral.

Em 2011, esse posicionamento de segurança como nossa maior prioridade e diretriz geral foi reconhecido na forma de uma resolução do conselho. Esta foi a carta aberta lançada por nosso fundador e CEO, o Sr. Ren, dirigida ao mundo, mostrando e demonstrando nosso sério compromisso com a segurança.

Seguindo esse posicionamento e a resolução, tomamos ações e medidas muito sólidas interna e externamente. Por exemplo, internamente, a garantia e a proteção da segurança cibernética foram construídas e implementadas em todas as nossas operações de negócios, desde a governança corporativa, a estrutura organizacional, a inovação tecnológica, o gerenciamento de equipes e os sistemas de TI. Acredito que Sean Yang pela manhã pode ter apresentado alguns deles para você.

Externamente, quando nos envolvemos com clientes, autoridades e o público em geral, temos seguido uma estratégia ou abordagem que chamamos de "tornar o branco mais branco" nos últimos dez anos ou mais.

Em outras palavras, entendemos as preocupações dos nossos clientes ou das autoridades. Portanto, estamos dispostos a tomar medidas adicionais ou ir mais além em comparação com outros concorrentes em nossa indústria.

Como parte desse esforço, passamos por uma certificação feita por terceiros independentes dos componentes de hardware, software e soluções da Huawei.

Se olharmos para os resultados dessas certificações, podemos ver claramente nos últimos 30 anos que a Huawei e os equipamentos da Huawei mantiveram um registro muito sólido e correto em nossa indústria quando se trata de segurança cibernética.

Nunca tivemos um incidente sério de segurança cibernética em nossos equipamentos.

E mesmo com as mais rigorosas análises e inspeções por autoridades e clientes, nunca houve qualquer evidência de que nossos equipamentos representassem uma ameaça à segurança.

De acordo com um relatório mais recente da CFI, um auditor independente, os equipamentos da Huawei, em termos de estabilidade e confiabilidade operacionais, excederam em muito a média industrial nos últimos 3 anos.

É com todo o prazer que compartilharemos esse relatório com vocês após esta entrevista.

Estamos muito orgulhosos com esse reconhecimento dos clientes e da indústria.

Mas definitivamente não vamos relaxar as exigências que determinamos para nós mesmos, porque estamos cientes de que a tecnologia se tornará cada vez mais complexa, e as redes se tornarão mais abertas. Portanto, os requisitos ou as exigências de segurança serão muito maiores.

Portanto, continuaremos a aumentar nosso investimento em tecnologias relacionadas à segurança e proteção.

Em nossa mais recente reunião do conselho, optamos por um programa de transformação em toda a empresa para melhorar nossos recursos de engenharia de software.

A empresa investirá um orçamento inicial especial de US$ 2 bilhões nos próximos cinco anos para melhorar de forma abrangente nossas capacidades de engenharia de software, para que nossos produtos estejam mais bem preparados para o mundo futuro.

Acreditamos que, com esses esforços, poderemos continuar a manter nossa posição de liderança em nossa indústria quando se trata de segurança cibernética. Também esperamos, com esses esforços, continuar a manter nosso sólido histórico de segurança cibernética.

Continuaremos a intensificar nossos esforços em termos de comunicação, envolvimento e colaboração com governos em todo o mundo. Ajudaremos os governos a entender o histórico que temos em segurança cibernética e também conversaremos com os governos para que eles compreendam os esforços e as ações que estamos realizando em segurança cibernética.

Por exemplo, o laboratório interno de segurança cibernética que vocês visitaram pela manhã. Ele é também o laboratório que tornamos bem-sucedido e aberto a governos e clientes em todo o mundo. Dessa forma, por meio de visitas e diálogos, eles poderão entender nosso posicionamento e o que temos feito até agora. Daqui para frente, pretendemos localizar ainda mais alguns desses esforços.

Por exemplo, há dez anos, montamos um centro independente de avaliação de segurança cibernética no Reino Unido. Como resultado disso, criamos um modelo de colaboração eficaz e de longo prazo com os envolvidos no Reino Unido. Continuaremos a trabalhar nisso no futuro. Também temos um acordo semelhante no Canadá. Esses são os esforços que continuaremos a realizar e fortalecer.

Ao mesmo tempo, estamos expandindo, e continuaremos a expandir, um envolvimento semelhante com os governos. No mês passado, eu mesmo estive em Bonn, participando de uma cerimônia de abertura de um laboratório de inovação em segurança. Esse laboratório é essencialmente uma plataforma aberta que permite ao governo alemão e também aos nossos clientes na Alemanha realizar testes de segurança dos produtos da Huawei. Esses esforços ganharam o reconhecimento do governo alemão.

O próximo passo é lançar nosso centro de transparência de segurança em Bruxelas no primeiro trimestre do ano que vem. Isso também faz parte do nosso plano de longo prazo. Também construiremos e instalaremos mecanismos semelhantes de gestão de segurança abertos e transparentes em outras partes do mundo conforme necessário.

Resumindo, quando se trata de segurança, eu diria que é uma área que levamos muito a sério e à qual dedicamos muita atenção. Fizemos muitos esforços nessa área e continuaremos a fazer isso, dialogando e envolvendo governos em todo o mundo.

Quando analisamos as preocupações dos governos em relação à Huawei, acho que existe outra parte que também precisamos discutir.

A Huawei é uma empresa originária da China, e não somos uma empresa pública. Mas isso não significa que não possamos alcançar o mesmo nível de transparência. Realizamos muitos esforços e medidas nessa área também.

Logo no início, anunciamos nossa estrutura de propriedade para que todas as pessoas soubessem que a Huawei é uma empresa privada de propriedade de seus funcionários.

Todos os anos, passamos pelos processos mais rigorosos de auditoria antes de publicarmos nosso relatório anual, para que todos os interessados saibam a autenticidade, a integridade e a independência de nossas operações comerciais.

Ao mesmo tempo, considerando certas preocupações específicas, temos nos comunicado com os governos em todo o mundo a respeito da independência das operações da Huawei. O fato é que nunca recebemos solicitações de governos para prejudicar os negócios ou as redes de nossos clientes ou de outros países. Como mencionei anteriormente, no caso de qualquer preocupação, a melhor maneira é deixar os fatos falarem por si. O fato é que, nos últimos trinta anos, não houve nenhum grande incidente de segurança cibernética; não houve ameaça de segurança cibernética e não há evidências de que a Huawei esteja prejudicando a segurança cibernética. E continuaremos a ter um envolvimento de comunicação proativo e também uma colaboração aberta para que mais e mais pessoas possam perceber isso.

Yang Yuan, Financial Times: Tenho uma pergunta sobre a prisão de Meng no Canadá. A Reuters alegou anteriormente que a Skycom, subsidiária da Huawei, estava vendendo tecnologias de empresas americanas para clientes iranianos. E também descobrimos que a Sra. Meng era diretora da Skycom e que os funcionários da Skycom se descreviam como funcionários da Huawei. Você pode esclarecer o relacionamento com a Skycom e as atividades da Skycom no Irã?

Ken Hu: Sei que vocês estão definitivamente muito interessados no que aconteceu recentemente. Mas, como vocês já devem saber, o assunto agora está passando por um processo judicial, não estou em posição de fornecer qualquer informação no momento. Dois pontos que ainda quero compartilhar com vocês.

Primeiro, estamos muito confiantes em nosso sistema de gestão de conformidade comercial. Iniciamos o desenvolvimento em 2007, que abrange nossos negócios globais em todo o nosso portfólio e toda a força de trabalho da Huawei. Acreditamos que, com um sistema de gestão de conformidade comercial tão eficiente, teremos a garantia fundamental dos nossos negócios de 100 bilhões de dólares. Temos a garantia necessária para assegurar operações tranquilas, eficientes e seguras dos nossos negócios e também para tranquilizar nossos clientes em todo o mundo.

Em segundo lugar, temos confiança na justiça e na independência dos sistemas judiciários dos países envolvidos nesse caso específico. Estamos ansiosos por uma conclusão justa do assunto.

Eamon Barrett, Fortune: Assim, um dos problemas levantados por vários governos em relação à Huawei e à potencial ameaça à segurança é a lei nacional de inteligência, aprovada no ano passado, que obrigaria qualquer indústria ou empresa a cooperar com o trabalho nacional de inteligência da China. Agora, tudo bem dizer que a Huawei nunca foi solicitada pelo governo a se infiltrar ou espionar uma rede, mas, se o governo chinês viesse à Huawei e pedisse, que motivos legais a Huawei teria para recusar tal solicitação?

Ken Hu: Primeiro, em 10 de dezembro, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China em uma coletiva de imprensa esclareceu formalmente que nenhuma lei na China exige que as empresas instalem backdoors obrigatórios.

É claro que, assim como os EUA e a Austrália, a China também tem certos requisitos legais para objetivos de contra-terrorismo ou segurança cibernética. A China também enfatiza especialmente que todas as instituições ou agências governamentais devem aplicar a lei de acordo com a lei. Existem definições claras.

Para a Huawei, nossa metodologia é abordar essas questões em estreita conformidade com a lei. No passado, não recebemos nenhuma solicitação para fornecer informações indevidas. No futuro, também seguiremos em estreita conformidade com a lei ao lidar com situações semelhantes. Quando falamos de acordo com a lei, a lei tem estipulações claras sobre os termos de referência para agências relacionadas.

Gao Yuan, Bloomberg: Sabemos que a Huawei nomeou um CFO em exercício após o caso de Sabrina. Minha pergunta é se Sabrina, com o caso atual, pode continuar suas responsabilidades como CFO corporativa e quais são as reais implicações e impactos desse caso nas operações da Huawei, pois soubemos de alguns dos funcionários internacionais da Huawei que, se não houver uma orientação financeira dessa natureza, isso terá um impacto sobre seus os negócios, como as compras.

Ken Hu: Atualmente, nossas operações de negócios não são afetadas pelo caso no Canadá. Nossas operações comerciais como empresa e as operações no sistema financeiro operam como de costume.

Ryan Mcmorrow, AFP: Depois que Meng foi presa no Canadá, o governo chinês prendeu dois canadenses por questões de segurança nacional. O governo chinês disse que não se trata de uma retaliação, mas a maioria dos especialistas independentes diz que sim. A Huawei tem algum comentário ou opinião sobre a prisão dessas duas pessoas?

Ken Hu: Não temos comentários sobre isso.

Eunice Yoon, CNBC: Você acha que a Huawei terá negócios significativos nos Estados Unidos e isso é importante para a empresa no futuro?

Ken Hu: Bem, os EUA são um dos maiores mercados de comunicações do mundo, e eu definitivamente não diria que esse mercado não é importante para nós. No entanto, a realidade hoje torna muito difícil para a Huawei aproveitar o crescimento dos negócios por motivos que acho que todos sabem.

Como resultado disso, nosso status atual de negócios nos EUA, eu diria, é muito limitado. É claro que ainda temos clientes nos Estados Unidos e continuamos seguindo nosso princípio de negócios com foco no cliente. Fazemos tudo o que podemos para fornecer os melhores serviços possíveis para eles, mas parece que não estão muito satisfeitos com nossos serviços.

Por outro lado, também notamos que os Estados Unidos também estão em um período de desenvolvimento quando se trata do mercado de infraestrutura digital.

Como a Huawei não pode participar do mercado dos EUA, também notamos que esse mercado está ficando aquém da concorrência de uma maneira muito grande.

De acordo com alguns economistas, do período de 2017 a 2020, que acreditamos ser um período muito importante para a implantação do 5G, se a Huawei pudesse participar da competição de mercado, haveria uma economia de US$ 20 bilhões em gastos de capital com infraestrutura sem fio.

Ao mesmo tempo, como a Huawei não pode participar, o HHI (que descreve a concentração de mercado em certas áreas geográficas) nos EUA é de 2.500, muito superior a outros mercados do mundo, que estão normalmente na faixa de 1.000.

Como os melhores fornecedores e as melhores tecnologias não podem fazer parte do mercado, acredito que, do ponto de vista do custo de implantação, isso será significativamente maior. Porém, ao mesmo tempo, atrasará substancialmente o tempo de comercialização de novas tecnologias.

Ao mesmo tempo, o setor de infraestrutura digital depende altamente da cadeia de suprimentos global. Em outras palavras, os equipamentos de qualquer empresa do nosso setor dependem da cadeia de suprimentos global para desenvolvimento e fabricação.

Ao mesmo tempo, quando se trata de implantação, na maioria dos casos, podemos dizer que a infraestrutura digital será um ambiente de vários fornecedores. Ela requer colaboração e parcerias com as partes interessadas do setor.

Desse ponto de vista, proibir uma determinada empresa da concorrência no mercado não pode, fundamentalmente, resolver as preocupações com a segurança cibernética. Acreditamos que, no final das contas, os mercados dos EUA precisarão das melhores tecnologias e das melhores empresas para participar da concorrência no mercado. Quando esse dia vai chegar, ainda não sabemos. Temos paciência.

Raymond Zhong, New York Times: Vimos no início deste ano que a ZTE quase faliu porque os Estados Unidos a impediram de usar a tecnologia americana. Obviamente, a Huawei não está nessa posição. Porém, você poderia nos explicar qual seria o impacto se a Huawei estivesse nessa posição? A empresa está tomando medidas para proteger sua cadeia de suprimentos contra a dependência dos EUA?

Ken Hu: Não comentamos coisas que não aconteceram, mas ficaria muito feliz em compartilhar com vocês nossos pensamentos e nossas ações na cadeia de suprimentos e na gestão da continuidade dos negócios.

Todos nós sabemos que a indústria de ICT depende muito de uma cadeia de suprimentos global. E a Huawei não é uma exceção.

Hoje, temos 13.000 fornecedores em nossa cadeia de suprimentos. Empresas provenientes do Japão, dos EUA, da Europa, da China e de muitos outros países nessas regiões. Por exemplo, este ano, nosso gasto anual com aquisições foi de 70 bilhões de dólares.

Desse ponto de vista, as inovações tecnológicas da Huawei são, por um lado, o resultado dos nossos próprios esforços. Por outro lado, elas também são a estreita colaboração com 13.000 parceiros em nossa cadeia de valor global.

Também percebemos que, quanto mais globalizada é a natureza da sua cadeia de suprimentos, mais vulnerável ela pode se tornar. Então, há quase 10 anos, começamos a desenvolver um sistema abrangente e eficaz de gestão da continuidade dos negócios.

Esse sistema de gestão abrange muitas partes dos nossos negócios: Pesquisa e desenvolvimento, aquisição, manufatura, logística e também serviços. Nos últimos 10 anos, com esse sistema implantado, conseguimos lidar com um grande número de emergências.

Desastres naturais, como o tsunami no Japão, a enchente na Tailândia, o terremoto no Nepal e também ataques de ransomware. A fim de garantir a continuidade da cadeia de suprimentos, também temos que pensar muito quando montamos nossa estratégia de fornecimento e quando pensamos sobre como garantir as operações dos nossos equipamentos.

Nossa estratégia de cadeia de suprimentos, por exemplo. Adotamos uma estratégia de suprimento diversificada. Isso significa que temos uma estratégia de várias origens. Analisamos várias opções em termos de soluções de tecnologia e também temos redes de suprimentos de múltiplos localizações. Ao mesmo tempo, já que estamos trabalhando em conjunto com centenas de operadoras de telecomunicações no mundo e também estamos atendendo a um número significativo de clientes corporativos, analisamos todo o suporte de ciclo de vida necessário e construímos nosso estoque de peças sobressalentes e componentes para garantir suporte por todo o ciclo de vida do produto.

Estas são algumas das ações e medidas que tomamos para garantir a continuidade dos negócios. Ao mesmo tempo, achamos que a continuidade da cadeia da indústria de ICT também é importante. Acreditamos que este é um tópico, uma questão, que toda a indústria e comunidade internacional precisam analisar.

Como mencionei anteriormente, temos 13.000 fornecedores. Nossa aquisição anual neste ano é de US$ 70 bilhões. Se observamos toda a cadeia da indústria, ou para as empresas ou países envolvidos, eles são interdependentes.

Se qualquer elo dessa cadeia global da indústria for obstruída de maneira incomum, isso terá um grande impacto no desenvolvimento da cadeia da indústria e até mesmo no desenvolvimento econômico dos países envolvidos.

Portanto, se olharmos mais profundamente na sociedade como um todo, os países envolvidos e a indústria devem trabalhar juntos para garantir a continuidade dessa cadeia global de valor de ICT.

Steven Jiang, CNN: Vou fazer duas rápidas perguntas de acompanhamento sobre coisas que as pessoas possam ter mencionado. Uma delas, eu sei que você não pode comentar o caso da Sra. Meng porque é um processo jurídico, mas especificamente sobre o impacto. Para você e outros executivos seniores, qual é o impacto? Você está limitando ou mudando suas viagens, ou está evitando certos países, por exemplo? E quanto ao impacto no moral dos funcionários da Huawei?

A outra pergunta é sobre os possíveis novos movimentos dos EUA. Porque começamos a ver alguns movimentos de governos ou operadores nos EUA e países aliados, como a França, o Reino Unido ou até mesmo o Japão, no sentido de bloquear o uso de equipamentos da Huawei em suas principais redes 5G. Você está preocupado com essa tendência? Você acha que é uma questão geopolítica, não importa o que seja dito ou feito?

Ken Hu: Para a sua primeira pergunta: Não há impacto em nossos planos de viagem. Ontem, neste exato momento, eu ainda estava em um avião.

Em relação à segunda pergunta, os últimos desenvolvimentos em 5G em diferentes países. Acabei de voltar da Europa ontem. Quero compartilhar com você algumas das minhas observações.

Antes disso, gostaria de corrigi-lo um pouco. Não há nenhuma decisão oficial da França ou do Japão dizendo que eles baniriam a Huawei da participação na 5G. O que estamos vendo agora, em vez disso, é que mais e mais governos e operadoras em um número cada vez maior de países estão envolvidos em discussões muito pró-ativas com a Huawei a respeito da 5G.

Como mencionei anteriormente no início, a Huawei recebeu 25 contratos comerciais para 5G. Esse número é maior que o de qualquer concorrente do setor. Ao mesmo tempo, estamos em uma posição de liderança significativa na 5G, não importa o quando olhamos para a liderança ou maturidade de nossas tecnologias.

Você visitou alguns de nossos laboratórios esta manhã e acredito que você deve ter visto muitas tecnologias bacanas lá.

Essas são as mesmas tecnologias bacanas que só a Huawei tem a seu dispor na indústria. É por causa dessas tecnologias que conseguimos construir a forte posição de liderança em 5G da qual desfrutamos hoje. Nós participamos de dezenas de testes pré-comerciais para 5G. Com base nos resultados dos testes, a Huawei tem pelo menos 12 a 18 meses à frente do ponto de vista da maturidade técnica em comparação com outros colegas do setor.

Essa liderança da Huawei foi reconhecida publicamente por nossos clientes. Por exemplo, no mês passado, no Mobile Broadband Forum, realizado em Londres, o principal arquiteto da British Telecom comentou publicamente que a Huawei é a única fornecedora real de 5G no momento e que as outras empresas precisam se atualizar.

Esse reconhecimento significativo que temos dos clientes e governos é atribuído primeiramente à nossa liderança tecnológica em 5G.

Esses governos e clientes acreditam que usar o melhor fornecedor para a implantação de redes 5G ajudaria a reduzir substancialmente o tempo de colocação no mercado dessa nova tecnologia. Por exemplo, o LG U+ na Coreia. Eles já lançaram seus serviços de 5G depois de implantar redes 5G com equipamentos da Huawei.

Isso poderia ajudá-los a ter uma estrutura de custos mais competitiva e a trazer serviços atraentes para os consumidores. Ao mesmo tempo, também vemos preocupações de várias naturezas de diferentes países a respeito do 5G. Pensamos que a maioria delas são preocupações legítimas baseadas na tecnologia. São estas as preocupações que acreditamos que poderiam ser bem esclarecidas e atenuadas por meio da nossa colaboração com as operadoras de telecomunicações e por um envolvimento conjunto e comunicação com os governos. Naturalmente, também há casos raros, em que os países adotam, digamos, uma abordagem antinatural.

Eles transformam essa preocupação de segurança 5G, que, por natureza, é relacionada à indústria e à tecnologia, em especulações infundadas direcionadas a empresas específicas. Isso não está colocando o foco em como melhorar e proteger a tecnologia propriamente dito, mas está acabando com especulações direcionadas a determinadas empresas, com base em considerações ideológicas ou geopolíticas.

Em casos muito raros, certos países, quando se trata da seleção da tecnologia 5G, adotaram uma abordagem irresponsável, que não é de todo baseada em fatos, proibindo certas empresas de participar do mercado.

Achamos que decisões como essa devem ser muito sérias e muito profissionais. Deve haver provas ou evidências para apoiar essas decisões. Se não houver evidências, acho que qualquer decisão dessa natureza não passaria no teste do tempo. Acreditamos que as discussões em torno da segurança 5G devem retornar às discussões sobre tecnologia e se basear na avaliação objetiva das empresas.

Achamos que a segurança é acima de tudo um importante tema tecnológico. Além disso, é algo em torno do qual toda a indústria precisa se unir para discutir. Não deve haver ataques a empresas específicas sem motivos substanciais.

As preocupações de segurança só podem ser abordadas por meio de discussões técnicas. Discussões de segurança precisam envolver todos os interessados. Na seleção da tecnologia 5G, achamos que qualquer decisão do governo deve ser séria e profissional e, o que é muito importante, deve haver provas e evidências concretas.

Com tudo isso em mãos, o fato deve se tornar público, talvez não divulgado para o público em geral e não para a Huawei, mas pelo menos para as operadoras de telecomunicações, porque são elas que vão comprar da Huawei.

Para a indústria e a sociedade como um todo, achamos que os desafios de segurança serão reais por muito tempo. E esses desafios só podem ser abordados e atenuados por meio de práticas abertas de comunicação e colaboração. E a Huawei está comprometida em fazer parte desse processo.

Rejeitar uma empresa em particular, especialmente uma empresa líder, não é uma solução capaz de solucionar fundamentalmente as preocupações com a segurança cibernética. Ao mesmo tempo, isso aumentaria o custo da implantação de redes, além de atrasar a adoção de novas tecnologias. E, no final das contas, seriam os consumidores que teriam que pagar a conta mais pesada.

Por exemplo, na Austrália, temos alguns números concretos. Sem a participação da Huawei, o custo de implantação de estações base sem fio na Austrália aumentaria em 15% a 40%. E o custo da construção de uma rede inteira seria maior em vários bilhões de dólares australianos. Pior ainda, o tempo para as pessoas adotarem e usarem a tecnologia 5G seria ainda maior.

Shunsuke Tabeta, Nikkei: Você falou sobre o centro de transparência de segurança como uma iniciativa futura tomada na Europa. Você tem medidas semelhantes no Japão, na Ásia ou na Austrália a respeito da segurança?

Ken Hu: Em termos de segurança, estamos muito dispostos a tomar medidas proativas para abordar e atenuar preocupações. Este é o nosso princípio. Sob esse princípio, ficamos abertos para ter um diálogo proativo com os governos de todo o mundo, para entender suas preocupações e explorar todas as soluções possíveis.

Já tivemos muitos casos de sucesso em países como o Reino Unido, o Canadá, a Alemanha e a França. E definitivamente a região da APEC não é uma exceção. Também nos comunicamos proativamente com as autoridades desses países. Examinaremos suas necessidades e requisitos e exploraremos as soluções certas para atender a esses requisitos recentes.

Joe McDonald, AP: Algumas pessoas sugerem que governos como os EUA, que dizem que a Huawei é um risco à segurança, não estão realmente preocupados com a segurança, mas sim com o comércio, e estão tentando impedir a Huawei de se tornar uma concorrente das empresas de tecnologia americanas. Primeiro quero perguntar, você acha que é o caso, que os governos estão criando isso como uma questão competitiva para impedir a Huawei?

Segundo, o quanto você acha que isso pode prejudicar os negócios da Huawei?

Como você se sente ao ser rotulado como um risco de segurança?

O que você quer ver mudar no comércio entre a China e os Estados Unidos ou a China e outros países para ajudá-lo?

Ken Hu: Primeiro, sobre rotular a Huawei como um risco de segurança. Nossa opinião é que qualquer conclusão, qualquer especulação, deve ser baseada em evidências reais.

Ou você tem evidências para mostrar que as soluções ou os equipamentos da Huawei não são seguros.

Nos últimos 30 anos, centenas de operadoras de telecomunicações têm uso os equipamentos da Huawei. Não houve grandes incidentes de segurança cibernética. E praticamente nenhum equipamento da Huawei é usado nos Estados Unidos. Então, qual é a evidência lá para dizer que a Huawei não é segura?

Ou você diz que há problemas com o comportamento da Huawei, mais uma vez, nos últimos 30 anos, nos tornamos uma empresa de US$ 100 bilhões com negócios em 170 países. Não há provas de que a Huawei tenha problemas de comportamento.

Então, a pergunta que quero fazer é, para uma empresa com 100 bilhões de dólares em receita, com negócios em 170 países, com o fato de termos fornecido produtos líderes para a maioria das operadoras de telecomunicações ao redor do mundo, atendemos a centenas de empresas da Fortune 500, também atendemos a centenas de milhões de consumidores em todo o mundo, e você diz que a Huawei é um risco de segurança cibernética sem qualquer prova. Sob quais alegações?

Você também falou sobre competição.

Se observarmos o avanço na sociedade humana do ponto de vista da tecnologia e da inovação, um grande impulsionador é a competição benigna entre diferentes indústrias e empresas.

Com a ausência da concorrência, os consumidores não podem desfrutar de melhores tecnologias em um período de tempo mais curto.

Também acreditamos que a liderança só pode ser obtida com concorrência.

Bloquear os concorrentes não vai fazer você ser melhor.

Portanto, acreditamos que qualquer preocupação, qualquer alegação ou suspeita de segurança sobre a Huawei deva ser baseada em evidências factuais. Sem elas, não aceitaremos e nos oporemos a essas alegações.

Para a tecnologia 5G que está prestes a ser implantada, a Huawei tem a posição de liderança mais forte nessa área.

As empresas líderes precisam ser respeitadas e incentivadas. Porque nós trazemos uma concorrência benigna e impulsionamos o desenvolvimento saudável da indústria. E, no final, toda a sociedade se beneficiará.

Dan Strumpf, Wall Street Journal: Como você sabe, muitos dos recentes esforços contra a Huawei no último ano em muitos países aliados ocidentais ao redor do mundo foram liderados pelos Estados Unidos e pelo estabelecimento da segurança dos Estados Unidos. Além disso, dizem por aí que esse é um esforço coordenado. Já faz 6 anos desde que o governo americano levantou pela primeira vez suas preocupações com a segurança a respeito da Huawei. E a empresa encontra-se agora nesta posição, 6 anos depois, defendendo-se contra as mesmas alegações. Só estou querendo saber se você acredita, se a Huawei acredita que poderia ter feito algo diferente nos últimos seis anos para comunicar sua posição principalmente aos Estados Unidos, mas também a governos que olham para ela com desconfiança, em particular governos que costumavam receber a Huawei, mas que agora encontram-se menos dispostos a aceitar seus equipamentos quando a implantação da 5G começar. Obrigado.

Ken Hu: Nos últimos dois anos, a Huawei tomou muitas medidas para se envolver na comunicação proativa com os governos. Além da comunicação, também estabelecemos mecanismos de cooperação em segurança com muitos governos nacionais, incluindo os governos do Reino Unido, do Canadá, da Alemanha e da França. Apreciamos muito a abordagem aberta e pragmática que esses governos demonstraram nesses compromissos. E esse progresso incentivou a Huawei a melhorar ainda mais nessas áreas. Essa é a estratégia e abordagem que a Huawei continuará a seguir.

Ao mesmo tempo, como mencionei no início, percebemos que, à medida que crescemos, também faz parte da nossa responsabilidade comunicar e colaborar proativamente com os governos em todo o mundo. Porque, naturalmente, as grandes empresas atraem mais atenção e também mais preocupações. Portanto, à medida que crescemos, continuaremos a abraçar a abertura e a transparência, comunicando-nos com todas essas partes interessadas para abordar e atenuar suas preocupações.

Tony Chan, Commsday: Tenho algumas perguntas específicas sobre a Austrália. Só quero saber sobre os números que você citou sobre o custo de implantação de estações base e redes sem fio no que diz respeito ao custo de fazer essa implantação sem a Huawei para os números que você forneceu antes. Isso foi um estudo da Huawei ou uma pesquisa de terceiros? E a outra coisa é que obviamente a Huawei continua a envolver o governo australiano em relação à recente política de proibir a Huawei de licitar 5G. Só quero saber se eles realmente expressam quaisquer requisitos detalhados para a Huawei. Existe algo que a Huawei possa realmente fazer para se qualificar? Ou é apenas uma proibição geral sem detalhes particulares, sem detalhes técnicos.

Ken Hu: Para a primeira pergunta, os números que compartilhei com você anteriormente vieram de um relatório de terceiros. O nome da empresa é Frontier Economics. O título desse relatório é O valor da concorrência na implantação de redes 5G. Se vocês estiverem interessados, poderemos fornecer esse relatório para todos.

Agora, sobre a segunda pergunta. É uma pena que não tenhamos recebido uma mensagem clara do governo australiano, dizendo qual é exatamente o problema e qual é a evidência para que eles cheguem à conclusão. E não tivemos a oportunidade de esclarecer essa dúvida com o governo australiano.

Clay Chandler, Fortune: Apenas um acompanhamento para a pergunta de Dan. Você nos mostrou o maravilhoso centro de teste e avaliação aqui e descreveu como os processos estão funcionando para países como o Reino Unido. Gostaria de saber se, nos Estados Unidos e na Austrália, por exemplo, você vê algum valor em fazer investimentos semelhantes para criar centros que possam mostrar às pessoas como essas tecnologias podem ser verificadas e demonstrar seu histórico de segurança de forma concreta em mercados específicos que são sejam especialmente problemáticos.

Ken Hu: Eu diria, por que não? Porque, se olharmos para o centro de segurança cibernética que construímos no Reino Unido, ele é para o Reino Unido. E temos um centro semelhante no Canadá para lidar com as preocupações desse país. Temos esse novo centro de segurança na Alemanha para atender ao mercado alemão. Como mencionei anteriormente, devemos ter comunicações com o governo para entender completamente suas preocupações. E também para tomar ações acordadas para abordar e atenuar essas preocupações.

Quando as pessoas levantarem preocupações sobre segurança, se elas quiserem discutir e resolver as preocupações. Eu diria que definitivamente poderemos encontrar a solução certa.

Mas, por questões de segurança levantadas como uma desculpa para bloquear as boas empresas da participação no mercado, sem esperar abordar verdadeiramente essas preocupações, eu diria que os resultados seriam muito diferentes. Por exemplo, considere o 5G. Se preocupações de segurança fossem levantadas como desculpa para bloquear a concorrência no mercado, o resultado seria a adoção mais lenta da nova tecnologia, um custo muito mais alto da implantação da rede e os consumidores incapazes de aproveitar boas tecnologias e bons serviços de maneira oportuna. E, ainda assim, eles ainda terão que pagar mais por esses serviços.

E, do ponto de vista da segurança, essa abordagem não ajudaria a resolver verdadeiramente as preocupações em torno da segurança cibernética, dado o fato de que a cadeia de valores de ICT é global por natureza. Se houver preocupações ao dizer que os equipamentos da Huawei são fabricados na China, se você analisar todas as empresas ao longo da cadeia de valores de ICT, dificilmente poderá encontrar uma empresa em que diga que nenhum dos seus produtos ou componentes é produzido na China.

Pedimos a todos os envolvidos que se livrem dessas considerações ideológicas ou geopolíticas e retornem a discussão à segurança e à tecnologia. Também peço a todos os envolvidos que se unam para identificar os riscos reais e encontrar as soluções certas.

Sijia Jiang, Reuters: Gostaria de pedir mais detalhes sobre a revisão de segurança de dois bilhões de dólares. Você poderia, por favor, dar mais algumas informações sobre como exatamente a empresa chegou nesse número? Como o dinheiro será gasto? Em que mercado? E por que agora? É em resposta ao relatório de julho do CSEC que você decidiu abordar algumas das preocupações do Reino Unido? Porém, algumas das questões já haviam sido levantadas em 2015. Então, por que demorou tanto tempo para você agir e por que agora?

Ken Hu: O programa de dois bilhões de dólares em melhorias de engenharia de software faz parte da transformação de IPD da Huawei. Este ano, a empresa decidiu iniciar o que chamamos de programa IPD 2.0. IPD refere-se ao "desenvolvimento integrado de produtos". Esse programa de aprimoramento de engenharia de software faz parte desse esforço geral.

Há mais de 10 anos, iniciamos esse processo de transformação introduzindo o desenvolvimento integrado de produtos para tecnologia e inovação. Isso é o que chamamos de IPD 1.0. E através de nossos esforços nos últimos 10 anos e com o apoio desses processos reestruturados, somos capazes de entregar produtos confiáveis, de alta qualidade e inovadores.

Então, iniciamos o IPD 2.0 com um entendimento renovado sobre a futura evolução tecnológica, futuros ambientes de rede e o que os clientes e a sociedade esperam da tecnologia como um todo. Do ponto de vista técnico, como dizemos, a futura paisagem técnica se tornará mais complicada. Do ponto de vista da rede, o ambiente de rede futuro será mais aberto, conectando não apenas pessoas, mas também coisas. Do ponto de vista social, a tecnologia digital se tornará cada vez mais importante e parte integrante da vida das pessoas, com implicações para todos na maneira de se trabalhar e viver. Naturalmente, como resultado disso, o que as pessoas esperam da tecnologia não é apenas liderança e qualidade técnica. A segurança se tornará uma exigência básica.

Antevemos em um futuro não distante que a confiabilidade e a segurança da tecnologia se tornarão o requisito mais fundamental e básico para qualquer tecnologia.

É assim que imaginamos o futuro, então começaremos de lá e trabalharemos para trás. A confiabilidade de uma tecnologia ou de um produto não pode depender inteiramente dos esforços de teste no final dos processos de desenvolvimento. Em vez disso, ela tem que começar da fase inicial do projeto. Como as pessoas costumam dizer, um bom produto não é feito por meio de testes, mas por meio de design e desenvolvimento.

Da mesma forma, acreditamos que produtos confiáveis e seguros do futuro dependerão primeiramente do design. Como parte da transformação do IPD 2.0, a confiabilidade e a segurança dos produtos é um objetivo muito importante no qual iremos trabalhando. Ao mesmo tempo, achamos que o software será cada vez mais importante nos produtos do futuro. Portanto, a engenharia de software desempenhará um papel mais importante para garantir a confiabilidade e a segurança dos produtos futuros.

Você está certo quando falou sobre o relatório de julho do Conselho de Supervisão do Reino Unido. Embora eles tenham reconhecido o histórico dos produtos da Huawei do ponto de vista da segurança, também nos lembraram de que a Huawei precisa melhorar seus recursos e práticas de engenharia de software.

Isso é ajuda do governo do Reino Unido, e nos sentimos muito agradecidos por isso. Portanto, como parte da transformação geral do IPD 2.0, incluímos recursos de engenharia de software como um componente muito importante. Em termos de como chegamos a esse número [US$ 2 bilhões], ele se baseia em nossa combinação de tecnologia e também com base em nossas próprias estimativas de custo.

Nos últimos meses, analisamos essa melhoria de engenharia de software como parte da nossa transformação geral do IPD 2.0 e estamos trabalhando em nossos planos de implementação para o futuro. Estamos bastante confiantes sobre essa transformação.

A Huawei é uma grande empresa. Não é tão fácil para nós tomarmos uma decisão, especialmente quando ela é grande. Mas, sempre que tomamos uma decisão, a Huawei nunca falha. Estamos empenhados em garantir que entregaremos resultados naquilo que decidimos fazer. Mais importante, achamos que essa transformação e também todos esses esforços de melhoria são importantes para que permaneçamos confiantes em nosso futuro a longo prazo e também para manter a confiança de governos, clientes e parceiros em todo o mundo na Huawei.

Sijia Jiang, Reuters: A Huawei recrutaria novas pessoas ou abriria novos laboratórios?

Ken Hu: Esse investimento cobrirá muitas áreas, incluindo organização e pessoal. Por exemplo, traremos mais pessoas a bordo, especialmente pessoas talentosas em segurança de software. Também vamos melhorar nossas instalações nos laboratórios. Também revisitaremos e melhoraremos nossos processos. Ao mesmo tempo, como parte desse esforço, também precisamos mudar a mentalidade de dezenas de milhares de nossos engenheiros de pesquisa e desenvolvimento, para que eles saibam que segurança e confiabilidade fazem parte do importante compromisso que assumimos com nossos clientes.

Edwin Chan, Bloomberg: Acho que meu colega já perguntou isso, mas vou perguntar mais especificamente. Sabemos que muitas operadoras estão considerando ou já decidiram retirar os equipamentos da Huawei ou desconsiderar os equipamento da Huawei para 5G. Então, especificamente, a Huawei está confiante em sustentar seu crescimento? Sei que você disse que sua receita vai ultrapassar 100 bilhões de dólares este ano. Mas, você está confiante em manter sua taxa de crescimento, dadas as medidas que acabei de descrever? Além disso, mais filosoficamente, acho que você concordaria que a Huawei está em um momento muito crítico em sua história. Vocês estavam prestes a se tornar uma potência da 5G. Então isso tudo aconteceu. Entendo que, de certa forma, isso seja uma questão técnica. Há também muitos que argumentam que a Huawei já é tecnologicamente superior em 5G. Porém, acho que a maior preocupação seja mais uma questão motivacional ou uma questão de sua independência. Como você resolve isso?

Ken Hu: Não estamos vendo isso tudo como a imagem pessimista descrita agora. Não vimos operadoras dizendo que queriam trocar equipamentos da Huawei ou ficar longe da Huawei. Pelo contrário, dentre as centenas de operadoras com as quais trabalhamos no mundo, quase todas estão dizendo que querem trabalhar com a Huawei, usando equipamentos da Huawei para suas redes 5G, porque sabem que somos os melhores. Somente usando os melhores equipamentos elas poderão construir suas redes 5G mais rapidamente e de maneira mais competitiva.

É como uma corrida. Existem vários atletas no campo, e agora estamos na posição de liderança. E acho que os principais atletas devem ter todos os motivos para estarem confiantes no futuro. E estamos confiantes de que seremos os primeiros a atingir a meta.

E você também falou sobre independência. E acho que a maneira mais convincente é deixar os fatos falarem. Nos últimos 30 anos, prestamos serviços ao setor de telecomunicações, e nossos históricos em todos os aspectos comprovaram nossa independência.

Acho que não é necessário insistir sempre em medo ou especulações sem nenhum fato. Dito isto, definitivamente não significa que não valorizamos outras vozes ou preocupações em torno da abertura, transparência e independência da Huawei.

Portanto, no passado e no futuro, continuaremos a adotar uma abordagem transparente na comunicação pró-ativa com todas as partes interessadas sobre todas as suas preocupações legítimas, fornecendo mais informações de que precisam.

Yang Yuan, Financial Times: Você mencionou que havia preocupações geopolíticas em vez de preocupações técnicas reais. Subjacente às preocupações de alguns governos de segurança 5G na Huawei, você mencionou isso no contexto dos EUA. Mas, você acha que as mesmas preocupações geopolíticas também estão motivando os países, o Japão, ou mais recentemente a República Tcheca, ou até mesmo a BT em sua visão a tirar os equipamentos da Huawei de suas redes principais? Você diria que esses países também estão sendo influenciados politicamente, talvez pelas preocupações políticas dos EUA? Ou você acha que as preocupações desses países vêm de preocupações técnicas genuínas? E para fazer uma pergunta mais específica sobre esse ponto, o comitê de supervisão do Reino Unido, a FCC que acabamos de discutir, concluiu em julho que os padrões de segurança da Huawei estavam abaixo dos padrões da indústria. Você acha que isso foi uma descoberta técnica ou que isso também foi motivado pela política? E, se foi uma descoberta técnica, então por que vocês não estavam preparados para isso?

Ken Hu: Deixe-me primeiro responder sobre a questão da BT. Estamos trabalhando com a BT há mais de 10 anos. Somos muito bons parceiros. Fornecemos um grande número de equipamentos, tanto de linha fixa como sem fio, para a BT.

Desde o início da colaboração entre a Huawei e a BT, tivemos discussões muito completas sobre toda a estratégia antes da implantação da rede e, especificamente, sobre onde introduzir os equipamentos da Huawei nas redes da BT.

Em relação à tecnologia 5G, a BT reconheceu plenamente a liderança da Huawei, como exemplificado pelos comentários do principal arquiteto de que a Huawei é a única verdadeira fornecedora de 5G atualmente no mercado. Portanto, definitivamente não é o caso que a BT, por pressão técnica, decidiu trocar os equipamentos principais da Huawei.

Toda a nossa colaboração com a BT seguirá essa estratégia de implantação de rede pré-acordada entre a Huawei e a BT.

O relatório OB deste ano incluiu as áreas onde a Huawei precisa melhorar no lado da capacidade técnica. Atribuímos grande importância a isso e valorizamos os pontos de vista e as perspectivas nesse relatório.

Por um lado, temos discussões muito ativas com operadoras do Reino Unido e também reguladores para estudar e explorar nossos planos de ação para melhorar com base nesses resultados.

Ao mesmo tempo, também iniciamos nossas ações internas. E eu diria que nos últimos meses, menos de meio ano, o progresso em todas as diferentes dimensões foi bastante encorajador.

Eunice Yoon, CNBC: O presidente Trump demonstrou que gosta de se envolver diretamente com executivos e vimos isso com Jack Ma, por exemplo. Você já pensou em algum executivo da Huawei visitando a Casa Branca? Ou, se convidado, você consideraria ir?

Ken Hu: Ainda não recebemos esse convite e não temos tais planos.

Discurso de encerramento

Ken Hu: Senhoras e senhores, agradeço muito por esta longa entrevista e conversa, o que é muito útil para eu entender as diferentes perspectivas da comunidade da mídia. Agora, gostaria de fazer um breve resumo antes de terminar esta sessão.

Então, como discutimos hoje, nos últimos 30 anos, acreditamos que foi o trabalho árduo e a dedicação de todos os funcionários da Huawei que fizeram a Huawei ser o que é hoje. E também apreciamos a confiança e o apoio de nossos clientes, de nossos parceiros e também de muitos governos ao redor do mundo.

Eu entrei para a Huawei em 1990, quase 30 anos atrás, então tive a honra de testemunhar quase todo o processo. Da minha perspectiva, ao longo dos últimos 30 anos, esta jornada de transformação para a Huawei teve muitos, muitos aspectos, em termos de cultura, em termos de gestão de nosso pessoal. Esta é uma jornada de transformação que nos ajudou a crescer de um fornecedor desconhecido para a líder em 5G. E, atualmente, nossas soluções de produtos 5G estão na posição de liderança, à frente de nossos concorrentes do setor.

Nós apreciamos o reconhecimento da sociedade. Agradecemos pela dedicação de nossos funcionários. E acreditamos que os líderes do setor devem ser respeitados, porque trazemos uma concorrência saudável e possibilitamos o desenvolvimento da tecnologia e de nossa sociedade. Como discutimos hoje, a tecnologia 5G que está por vir criará grandes oportunidades e benefícios para a sociedade. Isso mudará tremendamente a vida de muitas pessoas e o futuro de muitas indústrias, e acreditamos que isso depende muito de uma cadeia de suprimentos global.

Falando sobre segurança, nos últimos 30 anos, também testemunhamos o histórico comprovado de segurança de produtos da Huawei. Não há qualquer evidência de que a Huawei represente uma ameaça à segurança nacional para qualquer país. Sempre daremos boas-vindas a qualquer diálogo aberto com qualquer pessoa que tenha preocupações legítimas. Mas, para quaisquer alegações infundadas, nos defenderemos com firmeza e não permitiremos que nossa reputação seja prejudicada.

Por fim, gostaria de compartilhar um ditado de Romain Rolland. “Há apenas um heroísmo no mundo: ver o mundo como é e amá-lo. "Na Huawei, vemos o que encontramos e ainda amamos o trabalho que estamos fazendo. Da mesma forma, em chinês, temos um ditado.

“道阻且长,行且将至. " Isso significa que a estrada pela frente é longa e árdua, mas continuaremos nos movendo e chegaremos ao destino, pois já embarcamos nessa jornada. Então, mais uma vez, muito obrigado pelo tempo de vocês conosco hoje. Eu realmente apreciei a conversa maravilhosa com todos vocês. E, por último, gostaria de desejar a todos vocês um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo. Obrigado.